O outro lado | Ju


Descreve-te em 5 palavras
Começas logo de uma maneira difícil, mas cá vai. Direta, apaixonada, preguiçosa, sensível, amiga.
O que é a blogosfera para ti? Qual a necessidade de criar um blog?

O meu primeiro blogue eu tinha 13 anos, mais coisa, menos coisa. Era um blogue que toda a gente conhecia – usava o msn na altura e tinha o link naquela coisa que já nem me lembro do nome -. Depois percebi que havia muita coisa a não fazer sentido e resolvi criar um blogue anónimo, ainda durante algum tempo. Afastei-me da blogosfera e depois voltei e foi super difícil encontrar o blogue ideal – e agora ainda não é ideal também, há muitas coisas a mudar -. E criar isto nasceu da necessidade de escrever, sobretudo isso.

O que mais te motiva no blog? 
Acho que, mais do que ter muitos seguidores ou muito feedback – que não
tenho -, o que motiva é o que eu sinto e o que faço com gosto, de verdade. Embora escreva para os outros, é sobretudo para mim que o faço. Porque sou eu que sente.

Qual a maior diferença entre a Joana do blog e a Joana fora deste mundo?
A Joana da blogosfera é menos aventureira, a Joana fora do blogue é menos tímida. Acho que às vezes podia e devia arriscar mais no blogue.


Diz-me uma coisa que tens orgulho (Guimarães não conta).
Na família que construí, as pessoas da família que considero amigos, e os amigos que considero família.

O que é que te fascina tanto em Guimarães? É a tua cidade predileta, não é?
Não sei se é a cidade que mais gosto, mas é uma cidade que gosto muito! E mais do que o castelo, igrejas, museus, muralhas – que são algo super importante também -,…, o que me fascina são as pessoas – embora haja exceções, como em tudo -. Dizem que somos muito bairristas, é verdade, somos muito nossos e defendemo-nos muito. Por exemplo, tenho uns amigos do Porto que sempre que vinham cá queriam jogar futebol no campo do parque da cidade porque diziam que lá toda a gente acolhia quem estava de fora.
O futebol também me fascina, sem dúvida, e os eventos que aqui existem.
Porquê medo de bonecos de cera? Sem ser esse, qual o teu maior medo?
Porquê não sei. Descobri isto numa ida a um museu de cera, já não me lembro onde, mal entrei comecei a chorar. Não sei. Acho que os bonecos de cera me perseguem e não tiram os olhos de mim.
Sem ser isso, tinha muito medo de cães, mas perdi-o com a chegada da minha cadelita a casa!
Ainda tenho medo de andar de carro e conduzir, é um facto.

Estás a estudar Psicologia no Minho e vais para o terceiro ano, certo? O que te encanta em psicologia? E porque no Minho? 
Sim, está agora a começar o terceiro ano, mas não no Minho. Resolvi vir passar esta semestre à Autónoma de Madrid. Porquê psicologia? Bem, antes de mais deve ser esclarecido que não há só psicologia clínica, o que a maior parte de nós está habituado a ver/ouvir. O que me fascinou em psicologia nunca foi a clínica. Sempre tive dúvidas daquilo que gostava de fazer, embora psicologia sempre fosse uma opção. Em 2013, Guimarães foi Cidade Europeia do Desporto e eu fiz voluntariado num ano que foi um dos mais marcantes. Nesse ano houve imensa coisa que me marcou, desde ser apanha bolas a estar a entregar panfletos ou a fazer as caminhadas. Foi nesse ano que fiz um clique e pensei ‘Joana, porque não pensas em psicologia do desporto?’. Foi imensa coisa que vivi nesse ano que me encantou em psicologia!, como a pressão dos jogadores de ténis a jogar em casa, o torneio de boccia – que mexeu tanto comigo -. E depois, aliado a isso, os próprios jogares de futebol, e outros atletas, que estamos habituados a ver. Como é que lidam com a derrota? E com a pressão? Como é que jogam contra o clube deles?
Relativamente à escolha da universidade, vi planos de estudo, era perto, vi as ofertas que me davam, não sei bem.

Falemos agora de Taizé - algo que nos fascina às duas. O que é que Taizé te transmite?
‘Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce’. Isto para mim descreve Taizé. É uma experiência incrível, desde o convívio ao conseguir encontrar-me. Fui para lá um bocado perdida, sem saber para o que ia, e voltei em paz comigo e em harmonia com os outros. Depois, é o sentido de acolhimento que lá se vive, que esconde as saudades que possamos sentir de casa. Taizé transmite tudo, literalmente tudo! Taizé consegue ser o melhor e o pior, consegue levar-me ao sorriso mais sincero, à gargalhada mais forte, e às lágrimas mais terríveis! Taizé consegue ser casa e saudade. Transmite paz, alegria, saudade, mundo, conhecimento.


Descreve o tempo que lá passaste numa frase.
Quero voltar.
Serve? Estou a brincar.
Sobre o tempo que lá passei… ‘Há lugares que são pequenos abrigos para onde podemos sempre fugir’.

Choraste no sábado à noite no Oyak ou no domingo de manhã enquanto esperavas pela camioneta? Trouxeste amizades de lá? 
Chorar em Taizé? Sim! A primeira vez que chorei foi na quarta feira – nos dois anos que fui -. Resolvi ir para a Igreja à noite, depois de uma ida para o Oyak e antes de ir dormir, e decidi escrever – escrevo sempre para a minha bisavó lá -, depois pus-me a pensar, sobre coisas que só pensas em Taizé, e não contive as lágrimas. Chorei no lago, abraçada a um grande amigo meu, porque Taizé permite isso, permite que te libertes. Chorei na sexta feira, na cruz, como ainda me acontece quando vou a orações de Taizé e vou à cruz. No sábado não chorei no Oyak, mas chorei na oração das velas, como choro quando vou a Fátima. No domingo não chorei enquanto esperava pela camioneta, mas mal a camioneta partiu as lágrimas caíram.
Sim, trouxe amizades de lá! Mesmo de pessoas que foram comigo e eu já conhecia, fortaleci muitas amizades.

Para terminar, a menina que eras há 5 anos atrás teria orgulho naquilo que és hoje? 
Fazendo as contas, há 5 anos, eu estava com pessoas completamente diferentes, no 10º ano. Estava também a entrar numa fase nova. Mas sim, acho que teria orgulho. Cumpri muitos desejos que ela tinha, dei sempre o maximo, não vejo porque não estar, errar faz sempre parte.



Obrigada Joana! Por seres a primeira, e por alinhares em tudo o que eu te peço (:

Se quiserem saber mais sobre a Joana visitem o blog dela - mentecapto

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